DESDOBRAMENTO ESPIRITUAL (Projeção Astral)

FLEUR DE LYS

DESDOBRAMENTO ESPIRITUAL
(Projeção Astral)

Desdobramento


 1ª LEI DA APOMETRIA

Primeira Lei: Lei do Desdobramento Espiritual (Lei básica da Apometria).

Enunciado: Toda vez que, em situação experimental ou normal, dermos uma ordem de comando a qualquer criatura humana, visando à separação de seu corpo espiritual – corpo astral – de seu corpo físico e, ao mesmo tempo, projetarmos sobre ela pulsos energéticos através de uma contagem lenta, dar-se-á o desdobramento completo dessa criatura, conservando ela sua consciência.

Técnica: Nesta lei geral se baseia a Apometria. No campo dos fenômenos anímicos, a técnica de sua aplicação representa uma verdadeira descoberta. Ela possibilita explorar e investigar o plano astral, com bastante facilidade. Não dá condições, é evidente, de nos aprofundarmos até abismos trevosos do interior do planeta, nem nos permite a ascensão a píncaros espirituais, mas com ela podemos assistir os desencarnados na erraticidade, com vantagens inestimáveis tanto para eles como para os encarnados que lhes sofrem as obsessões. A técnica é simples. Com o comando, emitem-se impulsos energéticos através da contagem em voz alta – tantos (e tantos números) quantos forem necessários. De um modo geral, bastam sete – ou seja, contagem de um a sete.

(José Lacerda de Azevedo, Espírito/Matéria: Novos Horizontes para a Medicina, 9ª ed., Editora Pallotti, Porto Alegre/RS – 2007, p. 170)


 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS

Desdobramento astral, projeção astral, projeção da consciência ou, ainda, experiência fora do corpo é o fenômeno de “saída” ou desprendimento da consciência do corpo físico, passando a se manifestar em uma dimensão extrafísica.

Esse fenômeno já era estudado e citado por egípcios, rosa-cruzes, hindus, chineses e cabalistas, e consiste na saída voluntária (consciente) ou involuntária (inconsciente) do corpo Astral por meio de processos e técnicas de relaxamento, concentração e meditação, em que o corpo físico necessita estar com suas funções vitais reduzidas ou em estado de inconsciência.

A saída involuntária dá-se durante o sono físico descrito anteriormente e, também, pode ser ocasionada por um trauma emocional ou de estresse, experiência de quase morte (coma), com o uso de anestesia em casos de cirurgias ou por meio de efeitos neurofisiológicos por indução de drogas.

É uma sensação de saída ou escape do corpo físico, sendo possível observar a si mesmo fazendo a passagem do mundo físico ao mundo astral. Lembrando que o corpo físico fica inerte com seu metabolismo baixíssimo apenas para suprir a demanda de energia básica para se conservar vivo.

(Norberto Peixoto, Apometria – Os Orixás e as Linhas de Umbanda, Editora Besourobox, Porto Alegre/RS – 2015, p. 74/76)


O desdobramento é uma faculdade extraordinária, que devemos explorar mais, principalmente nos sensitivos com possibilidades ou portadores de vidência, pois permite ao médium abandonar e afastar-se, temporariamente, da organização física para manifestar-se diretamente no plano astral e, assim, entrar em contato direto com os habitantes desse plano vibratório.

O medianeiro poderá deslocar-se livremente nessa região quando já possua as forças necessárias para esse fim. Nessa condição, poderá auxiliar no resgate, diretamente nas regiões densas, onde se encontram os necessitados de atendimento para conduzi-los até os postos de socorro indicados pela espiritualidade.

Para que haja o afastamento de um corpo do outro, a força aplicada para o desdobramento terá que ser maior do que a força de reação exercida pela atração de um corpo sobre o outro. A força desdobrante terá que vencer a força de acoplamento, formada pelos campos energéticos do corpo físico, do duplo etérico e do astral. Considerando-se que não haja uma força mental, daquele que é desdobrado, opondo-se à força aplicada por parte daquele que deseja provocar o desdobramento. Então, se houver uma oposição consciente daquele que está desdobrado, o operador terá que vencer mais essa força de reação e, nesse caso, a energia mental empregada terá que ser bem maior.

Durante os atendimentos, quando os servidores se deslocam desdobrados, por longas distâncias em regiões muito densas do astral, surge um desgaste energético em função da resistência que o meio oferece. Nessas situações, uma cota de energia adicional será necessária para auxiliar esses servidores nessas incursões. Então, caberá ao dirigente e ao grupo de servidores, não deslocados, a tarefa de provimento da energia necessária.

(João Pedro Farias Rodrigues, Introdução aos Fundamentos da Apometria, Gráfica Pallotti Artlaser, Porto Alegre/RS – 2017, p. 158, 198/199)


O Corpo Astral pode desencaixar (desdobrar) do Físico por anestesia, coma alcoólico, droga, choque emotivo ou desdobramento apométrico da mesma forma que o Duplo Etérico.

É com ele que, nos trabalhos com a técnica da Apometria, projeções astrais conscientes ou por sonho, viajamos e atuamos no tempo e no espaço.

(Sergio Alberto Cunha Vencio, Manual Prático de Apometria, Educandário Social Lar de Frei Luiz, Rio de Janeiro/RJ, p. 30/31)


 APLICAÇÃO NO TRATAMENTO APOMÉTRICO

Antes de começarmos a atender aos pacientes, ou melhor, antes de começarmos a atender aos espíritos acompanhantes dos enfermos, devemos proceder ao desdobramento, sob o comando dos médiuns – a Apometria.

Dessa forma, separamos o corpo mental superior do médium de seus demais corpos componentes, e o projetamos, também sob comandos, no plano astral. Esse comando corresponde à contagem até sete, juntamente com a ordem ao médium de se separar do corpo denso.

Somente agora estaremos aptos a contactar com os espíritos.

O desdobramento sob comando é uma técnica muito precisa, pondo os médiuns no horizonte dimensional dos espíritos, ou seja, na dimensão astral. Nessa situação, os encarnados têm mais facilidade de ver, falar e incorporar os espíritos, pois se encontram na mesma dimensão espacial.

Desdobrados, os médiuns dão verdadeiro “salto quântico” da dimensão física para a dimensão astral

(José Lacerda de Azevedo, Energia e Espírito, Teoria e Prática da Apometria, 5ª ed., Mais Que Nada, Porto Alegre/RS – 2009, p. 53/54)


Com o auxílio dessa técnica, os corpos espirituais de encarnados também podem ser incorporados em médiuns, de modo a serem tratados espiritualmente, inclusive serem enviados a hospitais astrais para tratamento.

Da análise dessa lei, podemos concluir que o desdobramento apométrico possui as seguintes características:

  1. É um processo induzido, ou seja, não ocorre de forma espontânea, como é o caso do desdobramento durante o sono físico.
  2. É um processo controlado, mediante comandos específicos e ordenados.
  3. Exige o emprego de energia mental, direcionada pela vontade do operador/dirigente dos trabalhos, apoiada pelo esforço mental e pela vontade conjugados dos demais médiuns, da corrente. Quanto mais disciplina e concentração mental houver por parte de todos, mais efetivos serão os resultados.
  4. Tanto os médiuns quanto o consulente permanecem conscientes no plano físico.

O que ocorre é um pequeno deslocamento de alguns centímetros dos corpos sutis (astral e mental) em relação ao corpo físico. Nesse processo, também o duplo etérico, mediador dos corpos físico e astral, sofre uma pequena expansão, deslocando-se um pouco do eixo da coluna espinal, com as seguintes finalidades:

  1. Facilitar a liberação de ectoplasma, no caso, principalmente, dos médiuns.
  2. Permitir a permanência da conexão entre o cérebro Astral e o cérebro físico, mantendo, com isso, a consciência plena de tudo o que está acontecendo, tanto por parte do consulente como dos medianeiros.
  3. Alterar a coesão molecular do duplo etérico, pela expansão desse corpo fluídico em relação ao eixo da coluna espinal, facilitando, se necessário, a interferência dos benfeitores espirituais nos duplos órgãos físicos dos atendidos.

Vê-se, portanto, que, embora no enunciado da primeira lei da Apometria conste que o desdobramento é completo, isto é entendido como deslocamento parcial dos corpos sutis na experiência do Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade. Se houvesse um deslocamento completo, entendido como uma “saída” do corpo astral, como ocorre durante o desdobramento do sono físico e astral, inevitavelmente teríamos estados de letargia e catalepsia acompanhados de consciência embotada.

Normalmente, o médium desdobrado apometricamente costuma fechar os olhos, no momento de buscar as percepções relativas ao atendimento que está ocorrendo, pois a clarividência junto com a audição é a principal janela de comunicação com o plano físico.

Ao fazer isso, busca internalizar sua consciência, focando-a mais no cérebro Astral e, portanto, nas percepções relativas a esse plano.

A partir do desdobramento, a maior parte do trabalho é assumida pelo plano espiritual, que coordenará o rumo dos acontecimentos, passando as informações/percepções necessárias para o atendimento em curso. Elas serão captadas com maior ou menor precisão, dependendo da eficácia do desdobramento e das condições de maior ou menor grau de sintonização dos médiuns/guias e mentores.

Por isso, a importância desde o início dos trabalhos, já na sua abertura, de cada médium empenhar-se e concentrar-se ao máximo nos procedimentos e na condução feita pelo dirigente do grupo. Caso contrário, o médium poderá dificultar e até atrapalhar o atendimento, ao não se conectar/sintonizar adequadamente, podendo abrir brechas e facilitar o assédio de espíritos impertinentes, dificultando a realização do atendimento.

Quanto às percepções em si, o Plano Espiritual conhece as características/habilidades de cada medianeiro, razão pela qual transmitirá para cada um aquilo que ele tem capacidade de perceber (sons, visões ideoplásticas, odores, sensações, conexões com faixas vibratórias do consulente, intuições, entre outros).

O ectoplasma liberado pelos médiuns no desdobramento induzido é utilizado pelo Plano Espiritual para os mais variados fins, desde recomposição de lesões de espíritos enfermos até como importante substrato energético para a atuação dos falangeiros do Plano Astral em incursões no umbral inferior.

Essa parte dos trabalhos fica oculta aos medianeiros, pois é executada e controlada pela equipe espiritual.

O que ocorre com frequência é a visualização de quadros ideoplásticos (visão de cenas, percepção de sensações) e, assim, o médium pode direcionar seus pensamentos, por meio de força de vontade, como forte elemento de apoio para tornar mais efetiva a tarefa socorrista que está realizando (limpeza da casa do consulente, utilização de ervas astrais, para tratamento do socorrido, fixação de estímulos positivos na memória do atendido, desintegração de miasmas, e correntes de pensamentos parasitas, amparo a espíritos sofredores desvitalizados e seu encaminhamento a instituições hospitalares no Astral etc.).

(Norberto Peixoto, Apometria – Os Orixás e as Linhas de Umbanda, Editora Besourobox, Porto Alegre/RS – 2015, p. 49, e 75/79)


 DESDOBRAMENTO NOTURNO

(Sono Físico)

Desdobramento Noturno

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Não é somente depois da morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode-se dizer que jamais a perde, pois a experiência demonstra que, mesmo encarnado, o Espírito goza de certa liberdade durante o sono e tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre justamente. (…) Na falta de uma recordação exata, que lhe poderia ser penosa e prejudicar suas relações sociais, ele haure novas forças nesses instantes de emancipação da alma, se souber aproveitá-los.

(Allan Kardec, tradutor Evandro N. Bezerra, O Evangelho segundo o Espiritismo, 2ª edição, 2ª reimpressão, Federação Espírita Brasileira, Brasília/DF – 2014, p. 80)


Nós, seres humanos, necessitamos dormir para que nosso organismo descanse e seja revitalizado, recuperando as energias gastas nas atividades normais do dia.

Para acontecer esse processo de revitalização do corpo físico, é necessário haver a separação ou o desdobramento do corpo astral. Assim, ao adormecermos, literalmente saímos do corpo físico “vestindo” apenas a roupa perispiritual (processo natural, porque é uma atribuição do espírito).

O problema é que, por estarmos com a consciência física adormecida, não nos damos conta desse processo e, por isso, para nós, tudo se passa como se nada passasse.

Quando retornamos ao corpo físico e acordamos, depois de decorrido o tempo necessário para o organismo ser revitalizado, normalmente nos recordamos apenas de fragmentos de sonhos.

No livro Espírito e Matéria, Dr. Lacerda elucida que a separação do corpo físico através da saída do corpo Astral acontece normalmente durante o sono, quando o indivíduo perde a consciência e as funções vitais são rebaixadas ao mínimo indispensável às trocas metabólicas. Lacerda corrobora que, sob estado de atenção (ondas beta), não é possível, ou é quase impossível, sairmos do corpo. Quem perde a consciência e tem as funções vitais rebaixadas não pode estar conversando, como os médiuns o fazem durante o trabalho de Apometria.

(Norberto Peixoto, Apometria – Os Orixás e as Linhas de Umbanda, Editora Besourobox, Porto Alegre/RS – 2015, p. 73/74)


Segundo o espírito RAMATIS, por meio do médium Norberto Peixoto:

O que determina que sejam conscientes os desdobramentos coletivos dos grupos de Apometria é o fato do corpo etérico não estar desacoplado totalmente. Quando dormis, ocorre do corpo etérico se projetar fora do corpo físico, fato dispensável dentro das atividades socorristas da Apometria.

O desdobramento do corpo astral durante o sono físico difere dos provocados na Apometria, embora as suas “funções” permaneçam as mesmas.

Quando o corpo astral se desdobra com a indução magnética realizada pelas contagens de pulsos na dinâmica apométrica, o sensitivo não entra num estado letárgico como é o atingido no período em que dormis.

Nos atendimentos dos grupos de Apometria o corpo etérico fica levemente desacoplado, facilitando a doação de energia sem os estados catalépticos ou os desfalecimentos sonambúlicos.

Durante o sono fisiológico, e com mais facilidade nos indivíduos espiritualizados e de vida frugal, ocorre um leve distanciamento do duplo etéreo, e durante o final da madrugada se intensifica esse “afrouxamento”, como se fosse uma janela vibratória.     Quando os corpos astral e mental retornam das suas viagens suprafísicas, esse veículo intermediário etérico desencaixado, como se estivesse suavemente pendido para um dos lados, num ângulo de até uns noventa graus, propicia a percepção sensorial das ocorrências astrais.

Esse “desencaixe” favorece a rememoração pelo estado semidesperto do órgão cerebral que se encontra entre a vigília e o sono profundo, precisamente no instante do acoplamento do corpo astral ao corpo físico. Imaginai um “insight” de alta voltagem nas sinapses nervosas no exato momento do encaixe dos corpos.

(Norberto Peixoto/Ramatis, Jardim dos Orixás, 2ª edição, Editora do Conhecimento, Limeira/SP – 2006, p. 180, 191/192)


Geralmente a pessoa traz a mediunidade socorrista e não está colocando-a em atividade. Com isso, quando dorme, desdobra e, desdobrando, tem uma visão ampla e percebe, sente e vê a multidão de espíritos implorando desesperadamente socorro e/ou cobrando dívidas do passado, no que a pessoa, automaticamente, volta para o físico fugindo da responsabilidade.

Algumas vezes ocorre também de a pessoa que sofre de insônia, quando dorme, acabar desdobrando e, inconsciente ou conscientemente, volta a liderar equipes do astral inferior que liderava enquanto estava entre uma existência e outra; embora esteja encarnado, continua ocupando o posto que ora não lhe pertence mais. Em outras palavras, nesses desdobramentos noturnos, dificulta muito os espíritos do astral inferior que estão disputando esses tais postos. Logo, são escalados trabalhadores do astral inferior para fazerem turnos no quarto do encarnado, visando à insônia, pois se não dormir, não vai desdobrar e não vai causar dificuldades para eles.

Sabe-se que poucos aproveitarão a oportunidade de regenerar-se e que, se fosse hoje a finalização do processo de transição planetária, apenas dez por cento da humanidade continuariam encarnando na Terra.

(Geazi Amais, Apometria e Desdobramento Múltiplo, Editora Madras, São Paulo/SP – 2015, p. 55/57)


Esquecemos, por não nos lembrarmos ordinariamente, que saímos do corpo físico todas as noites. Durante este fenômeno natural, de desprendimento do Corpo Astral, que se projeta para fora do corpo humano, muitas vezes somos amparados e conduzidos em tarefas socorristas, auxiliando àqueles mesmos consulentes e obsessores desencarnados que são atendidos no terreiro. Nessas ocasiões, o ectoplasma do medianeiro é o “combustível” para todas as tarefas e funções que os espíritos Mentores realizam conjuntamente – preto(a)-velho(a), caboclo, orientais, ciganos, boiadeiros… – nas diversas formas de apresentação que adotam.

O médium é todo o tempo “vigiado” por seu Exu individual, que tem compromisso cármico e de tarefa, assumida ante a Lei Divina sob a égide de Umbanda, para que sua saúde psicofísica e sanidade mental sejam mantidas. Assim, Exu abre e fecha nossas portas, nos ampara nas saídas e entradas no corpo físico, pois, quando voltamos dos trabalhos em desdobramento, a grande maioria não se recorda, pois o cérebro físico jaz inerte com o corpo de carne na cama junto ao travesseiro, não tendo vivenciado as experiências, e por isso não fica registro em seu centro orgânico de memória. Nesses casos, cabe ao nosso Exu individual nos proteger mantendo a nossa integridade mediúnica.

(Norberto Peixoto, Exu – O Poder Organizador do Caos, 2ª edição, Editora Legião, Porto Alegre/RS – 2016, p. 56/57)


Durante o sono físico, nos momentos em que o corpo repousa e a alma desprende-se em desdobramento, ela procura ambientes e companhias com os quais mantém sintonia. Desses ambientes, e na presença dessas companhias, haure as energias que logo determinarão seu estado de saúde espiritual, energética e emocional.

De modo natural, cada um sintoniza com aquilo que está em seu coração, conforme a qualidade de emoções e pensamentos que alimenta no dia a dia.

Não é raro que, durante o sono, a pessoa que cultiva pensamentos e emoções de teor denso e desorganizado procure ambientes infestados por fluidos nocivos, em sintonia – novamente – ou correspondentes ao padrão mental que abriga durante a vigília. Nesses locais é ainda mais contaminada e, em número bem maior de vezes do que meus filhos imaginam, fica à mercê de obsessores particulares ou é usada como cobaia de experiências macabras, levadas a cabo por espíritos com inteligência acima da média.

(Robson Pinheiro/Pai João de Aruanda, Magos Negros, 1ª edição, 8ª reimpressão, Casa dos Espíritos, Contagem/MG – 2016, p. 24/25, 79/80)


Pelo que respeita ao grande número de homens(…), esses vão, enquanto dormem, ou a mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam entre vós.

(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, item 402)


(…) A alma se desprende também durante o sono; reintegra-se em sua consciência amplificada, nessa consciência por ela edificada lentamente através da sucessão dos tempos; entra na posse de si mesma, examina-a, torna-se objeto de admiração para ela própria. Seu olhar mergulha nos recessos obscuros de seu passado, e aí vai surpreender todas as aquisições mentais, todas as riquezas acumuladas no curso de sua evolução, e que a reencarnação havia amortalhado.

O sono, em verdade, outra coisa não é que a evasão da alma da prisão do corpo.

No sono ordinário o ser psíquico se afasta pouco; não readquire senão em parte a sua independência, e quase sempre fica intimamente ligado ao corpo.

No sono provocado, o desprendimento alcança todas as gradações.

Sob a influência magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão afrouxando pouco a pouco. Quanto mais profunda é a hipnose, o transe, mais se desprende e se eleva a alma.

O Espírito de certas pessoas continua a trabalhar durante o sono, e com o auxílio dos conhecimentos adquiridos no passado chega a realizar obras consideráveis. Disso se podem citar exemplos célebres:

Voltaire declara ter, uma noite, concebido em sonho um canto completo da “Henriade”.

Compositores, Sebastian Bach, Tartini, ouvem, durante o sono, a execução de sonatas que não haviam conseguido terminar de modo que lhes satisfizesse. Apenas despertos, as escrevem de memória.

Às vezes, a alma, desligada dos liames corporais, comunica, por meio do sonho, com outras pessoas, vivas ou falecidas, e delas recebe indicações e avisos.

A ação da alma, a distância, sem o concurso dos sentidos, se revela mesmo no estado de vigília, nos fenômenos da transmissão de pensamento e da telepatia.

Às vezes, durante o sono ou na vigília, a alma se exterioriza, se objetiva em sua forma fluídica e aparece, a distância. Daí o fenômeno dos fantasmas dos vivos.

O ser humano, desprendido dos liames carnais pela prece, pelas elevadas aspirações e por uma vida pura e sóbria, torna-se mais apto a exteriorizar-se.

A alma do homem pode, exatamente, como a alma desencarnada, atuar sobre médiuns, ditar comunicações, avisos, tanto por escrito como por meio de mesinhas, provocar deslocações de objetos materiais, aparecer a grande distância de seu próprio corpo, e impressionar chapas fotográficas.

Alan Kardec consagrou um capítulo inteiro de O Livro dos Médiuns aos estudos das aparições dos vivos.

(Léon Denis, No Invisível, 26ª edição, 1ª reimpressão, Federação Espírita Brasileira, Brasília/DF – 2014, p. 123/142)


CORDÃO DE PRATA

Cordão de Prata

Seja qual for a distância a que estiver do corpo, o espírito mantém-se ligado a ele por esse cordão de que falam iniciados de todas as épocas e até mesmo a bíblia.

Antes que se rompa o cordão de prata,

Que se despedace a lâmpada de ouro,

Antes que se quebre a bilha na fonte,

E que se fenda a roldana sobre a cisterna…

(Eclesiastes, 12:6).

Se se rompe, porém, a morte chega. Irreversível.

Segundo relatos de espíritos, quando entidades superiores rompem esse cordão, por ocasião da morte, produz-se relâmpago de luz intensa, pela liberação de energia.

Constituído por alguma forma de energia de alta intensidade, este fio luminoso e brilhante se liga ao corpo físico através do duplo etérico, no qual se enraíza através da cabeça e de miríades de conexões filiformes que abrangem toda a estrutura etérica.

Ele não se rompe e mantém o espírito como dono e diretor do corpo: através de processo maravilhoso, ainda não desvendado, todas as funções vitais do nosso organismo são preservadas.

(José Lacerda de Azevedo, Espírito/Matéria: Novos Horizontes para a Medicina, 9ª ed., Editora Pallotti, Porto Alegre/RS – 2007, p. 70)


Sua ligação é na base da nuca. O cordão astral é o responsável pelo movimento do corpo astral, ele é a sede do inconsciente ou criptoconsciência, que é a força inteligente que manipula o Corpo Astral.

Quando o cordão de prata se rompe acontece a morte física.

(Sergio Alberto Cunha Vencio, Manual Prático de Apometria, Educandário Social Lar de Frei Luiz, Rio de Janeiro/RJ, p. 208)


Durante o sono físico, o corpo Astral se desprende naturalmente do corpo físico e passa a funcionar como um veículo independente da consciência, embora ambos continuem ligados pelo chamado cordão de prata ou fio dourado – entramos no mundo dos sonhos, no qual fazemos nossa viagem astral.

(Norberto Peixoto, Apometria – Os Orixás e as Linhas de Umbanda, Editora Besourobox, Porto Alegre/RS – 2015, p. 23)


Sob a influência magnética, os laços que prendem a alma ao corpo se vão afrouxando pouco a pouco. Quanto mais profunda é a hipnose, o transe, mais se desprende e se eleva a alma.

Parece que a energia necessária para produzir esses fenômenos é haurida no corpo físico, a que se acha ligada a forma fantásmica por uma espécie de cordão fluídico, seja qual for a distância a que se encontre. A existência desse laço é atestada pelos videntes e confirmada pelos Espíritos. Tão sutil é ele que, a cada sensação um pouco viva que afete o corpo material, a alma, bruscamente atraída, retome posse deste imediatamente. Esse ato constitui o despertar.

(Léon Denis, No Invisível, 26ª edição, 1ª reimpressão, Federação Espírita Brasileira, Brasília/DF – 2014, p. 123, 141/142)


TRABALHO SOCORRISTA

Relato de trabalho socorrista mediante desdobramento noturno, segundo o espírito ÂNGELO INÁCIO, por meio do médium Robson Pinheiro:

Dirigimo-nos para o lar de Francisco, um dos médiuns que iríamos recrutar para as tarefas da noite. A noite estava belíssima, e o ar balsamizante trazia fluidos da natureza, transportados pela brisa suave.

Arnaldo, os guardiões e eu encontrávamo-nos em frente a uma residência modesta, de aspecto agradável, onde adentramos com o máximo respeito.

Os guardiões ficaram do lado de fora, formando uma corrente de energia no local, para proteger o médium quando estivesse em desdobramento.

Francisco ainda estava acordado, lendo um livro na sala, quando chegamos. Arnaldo, após aplicar-lhe um passe na região frontal, fez-se visível a ele através da vidência e comunicou-lhe o que estava acontecendo e nossa necessidade de ajuda para o caso em que estávamos envolvidos.

Francisco dirigiu-se imediatamente para o quarto de dormir e, após breve prece, colocou-se à disposição para o trabalho.

Arnaldo aproximou-se de Francisco e ministrou-lhe um passe magnético, no córtex cerebral e outro ao longo da coluna, promovendo o seu afastamento do corpo físico. Pude notar que, ao afastar-se do corpo, em desdobramento, no plano extrafísico, Francisco-espírito possuía a faculdade da vidência. Registrava-nos a presença com naturalidade e, com desenvoltura, apresentou-se a mim, colocando-se à disposição como se estivesse acostumado a tais “saídas” conscientes. Era o fenômeno da viagem astral, como é conhecido nos meios espiritualistas.

– Boa noite, companheiros – falou Francisco, apresentando-se a mim. – Acredito que devamos nos dirigir imediatamente para a tarefa, não é mesmo? Mas peço-lhe, Arnaldo, por gentileza, que me dê as orientações devidas. Preciso saber os detalhes sobre o caso e como posso ser útil.

Arnaldo deu um sorriso de satisfação e, abraçando Francisco, foi-lhe colocando a par da situação.

Saímos da residência de Francisco, onde ficou de plantão um dos guardiões, para qualquer eventualidade, pois era necessário proteger o corpo do médium de qualquer investida de espíritos infelizes. Quando saímos, pude ver o trabalho que fora realizado em volta da residência. Envolvendo a casa, uma coluna de energia, que mais parecia uma cortina de fogo, estava formando um manto protetor, que, com certeza, não poderia ser rompido por entidades levianas ou espíritos maldosos. Em frente ao portão de entrada, mais duas entidades, que não avistara antes, estavam de guarda, auxiliando um dos guardiões que viera conosco.

Estranhei todo aquele aparato, e, antes que perguntasse a Arnaldo, ele foi logo falando:

– Em tarefas dessa natureza, principalmente quando o medianeiro estiver em desdobramento, é natural que projetemos seu veículo físico com os cuidados necessários, pois qualquer dano causado a seu corpo irá repercutir no perispírito, e, se a tarefa for realizada em regiões mais inferiores, é de se esperar qualquer tentativa de entidades sombrias para impedir sua realização. Igualmente, o médium desdobrado deverá contar com a assistência de uma equipe consciente e responsável deste lado de cá da vida. Afinal, estamos no trabalho do bem e devemos nos preservar de possíveis interferências nas atividades.

Aproveitando o momento criado pelas elucidações de Arnaldo, desejei saber a respeito do desdobramento, ou viagem astral, e sobre como Francisco tinha consciência do que se passava deste lado.

– Será que todos os médiuns que se desdobram têm consciência disso?

Sorrindo, Arnaldo falou:

– Podemos afirmar que nem todos se igualam no que concerne à manifestação do fenômeno mediúnico. A consciência deste lado de cá não é possibilidade de todos. Como Allan Kardec afirmou, a mediunidade é orgânica. Podemos entender isso da seguinte forma: quando o espírito reencarna com determinada tarefa a desempenhar com relação à mediunidade, seu perispírito passa a ser submetido a uma natural elevação da frequência vibratória, e, por conseguinte, o próprio corpo físico, que reflete as vibrações perispirituais, também é elaborado com vista às tarefas que desempenhará no futuro no que se refere à mediunidade com Jesus. Dessa forma, podemos entender que aquele que é preparado para trabalhar tendo inconsciência do fenômeno dificilmente poderá modificar essas disposições, pois seu organismo foi ajustado para tanto. Igualmente, aquele que foi preparado vibratoriamente para ter a consciência deste lado da vida, quando desdobrado, haverá de manifestar essa consciência no momento propício, quando seus mentores julgarem necessário, pois traz impressas em seu perispírito as vibrações necessárias que o habilitarão à consciência nas regiões espirituais. Mas isso tudo ainda é relativo, pois o homem atual ainda se conserva despreparado para certas tarefas, e, muitas vezes, estar consciente poderá dar ensejo a dificuldades maiores, devido à falta de preparo de muitos que se candidatam ao serviço.

“No caso de Francisco, é um velho conhecido nosso de tarefas semelhantes; procura estudar sempre e conserva-se ocupado em tarefas nobres e elevadas. Isso facilita-nos o trabalho, mas não quer dizer que, quando ele retornar ao corpo denso, irá lembrar-se de tudo, não! Não há necessidade disso. É bastante que desempenhe suas tarefas com amor e dedicação.

A maioria das pessoas aguarda obter experiências com viagens astrais para se convencerem de que a vida continua além da matéria. Esperam, com isso, poder fazer viagens mirabolantes a mundos diferentes, criando uma expectativa de algo que possivelmente nunca se concretizará. Querem fazer viagens fora do corpo, mas isso acontece em todas as noites quando dormem, e, mesmo que pudessem realizar tal feito conscientemente, de que adiantaria? Ainda não aprenderam a realizar a viagem para dentro de si mesmas, para se conhecerem; ou seja, a viagem do autodescobrimento, como é da proposta do espiritismo. Precisam apender a fazer a viagem da vida, de suas vidas, com dignidade e equilíbrio; do contrário, continuarão perdidas sem se conhecerem e sem conhecerem as leis da vida. Há muita conversa em torno disso, e o bom mesmo seria que quem quisesse conhecer mais sobre o assunto se reportasse aos escritos de Allan Kardec. O que hoje se imagina mais atualizado a respeito dessas e de outras coisas referentes às questões do espírito não passa de adaptação do que dizem os escritos de Kardec. Apenas trocaram os nomes para dar sabor de novidade. O problema humano segue sendo sempre o mesmo.”

– Mas como trocaram o nome? – aventurei-me.

– Basta observar, Ângelo. Ao fenômeno mediúnico tão conhecido e explicado pela doutrina espírita, os autores modernos, apenas para se dizerem diferentes, deram o nome de channeling e, aos médiuns, denominaram canais. Ao espírito deram o nome de consciências extrafísicas; o termo encarnado foi substituído, em alguns casos, por intrafísico. O fenômeno do desdobramento, tão conhecido desde épocas remotas e classificado por Allan Kardec como sonambulismo, hoje recebe vários apelidos, como projeção da consciência, bilocação da consciência, viagem astral e outros nomes que o homem não cansa de criar, tentando dar a ideia de que são coisas diferentes, pois o seu orgulho não o deixa admitir que a universalidade do fenômeno e seus desdobramentos no psiquismo humano, desde há muito, foram catalogados pela doutrina espírita e se encontram atualíssimos em O livro dos médiuns, que constitui o mais modernos tratado de ciências psíquicas da humanidade. Mudam apenas os nomes, mas o fenômeno continua sendo o mesmo.

(Robson Pinheiro/Ângelo Inácio, Tambores de Angola, 3ª edição, 36ª reimpressão, Casa dos Espíritos, Contagem/MG – 2016, p. 109/115)


FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO. (Allan Kardec)
Chico 01
 Editado em 05.12.2017